O clipe de Someone Like You, grande hit
de Adele, está quase com 370 milhões de visualizações no YouTube.
Mas o
vídeo, assim com os outros da britânica, pode simplesmente ser deletado
se a gravadora XL Recordings, que cuida da carreira da cantora, não
chegar a um acordo com o canal até setembro. E não será só ela a
prejudicada, outros artistas também devem ser excluídos do portal. O
motivo? O novo contrato e projeto do YouTube.
A empresa irá investir no streaming de
músicas online – algo que o Spotify e o Deezer já fazem no mercado,
porém, sem os vídeos. Sendo assim, o YouTube precisou refazer os
contratos com as gravadoras e acabou priorizando as gigantes Universal,
Sony e Warner, que representam quase 95% do mercado. Acontece que pelo
novo contrato, as gravadoras menores, como a XL Recordings ou a Domino
Records, que cuida do Arctic Monkeys, vão sair em desvantagem.
Pelo contrato, a Sony, por exemplo, iria
receber mais pela exibição dos seus vídeos do que a XL. Na prática, um
view do clipe de Miley Cyrus valeria mais do que um view do clipe de
Adele. Rich Bengloff, presidente de American Association of Independent
Music, escreveu uma carta pedindo para que o governo americano
interfirisse na negociação, pois ele alega que o YouTube está forçando
as gravadoras independentes a assinarem um acordo inferior ao que elas
merecem e que os valores distribuídos deveriam ser compatíveis com a
popularidade de cada vídeo e não o tamanho da gravadora que detém seus
direitos.
Acontece que não aceitar as condições do
YouTube seria muito arriscado. “É se colocar pronto para falência”,
avaliou Alison Whenham, que comanda a Worldwide Independent Network, em
conversa com a BBC.